quarta-feira, 16 de abril de 2014

Lê Planete Sauvage a.k.a. Fantastic Planet
França-Checoslováquia (1973)
Direção: René Laloux
Escrito: Stefan Wul
Adaptação: Roland Topor
Ultra-psicodélica animação européia com um pezinho na Metal Hurlant, influência direta de Hieronymus Bosch e desbunde típico da época. Baseado no livro “Oms em Série” de Stefan Wul, venceu o Grand Prix Award no Festival de Cannes em 1973( o que já demonstra o tom “cabeça” do desenho).
O Planeta Selvagem é um lugar chamado Ygan onde os humanos são oprimidos por uma raça gigante (os Draags) de pele azul , olhos vermelhos e que trata os homenzinhos (nós ?) como animais. Os Draags com sua tirania transformam os pequeninos em escravos e conseguem até o apoio de alguns deles para as tarefas domésticas (os Oms). Este planeta foi devastado, as planíces recebem interferência de seres subterrâneos que toda hora emergem criando muitas confusões para o pessoal do planeta. Estão além do poder dos gigantes.
Com a animação se desenrolando, percebemos que Draags e Oms convivem pacificamente enfrentando apenas um pequeno foco de insuborbinação. Os poucos descontentes tentam escapar deste onírico planeta onde tudo parece possível.
Rola um flashback qualquer e a história regride até o homenzinho Terr, que ficou órfão ainda bebê, e foi de certa forma adotado pelos Draags. Estes, longe do estereótipo brucutu,
possuem consciência mais elevada que a maioria e através da “meditação transcendental” (lembram desta expressão e do papo de Hata Yoga dos 1970’s ? Pois então, por aí...) viajam em bolas energéticas para o planeta satélite Ygam. Estas viagens seria o semelhante ao desdobramento astral propagado pelos esotéricos.

Uma vez em Ygam tudo parece acontecer. Lá os pensamentos são materializados e só os humanos nada entendem desta nova e maluca realidade. Neste cenário cenas estranhíssimas começam a surgir de maneira frenética. Flores com caule de aspirador de pó, vegetação feita de parafusos e uma doidera fundindo cibernética e natureza: árvores-robôs e oceanos sólidos. Um cenário de surrealismo total.
Em Ygam está a chave para os humanos rebeldes conseguirem sua “libertação”. Terr, o órfão lá de cima aprende tudo com seu “dono” gigante e alcança consciência suficiente para a fuga.
Produzida nos estúdios de Jiri Trnka de Praga, a historia é considerada uma metáfora à ocupação soviética da Checoslováquia, o que obrigou a que fosse finalizada na França. A trilha composta por Alain Goraguer também é uma gema rara, daquelas com corais femininos, moog e intervenções orquestrais.
72 minutos de doidera sem auxílio de nenhum componente químico !

*****Ótimo

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