sexta-feira, 18 de abril de 2014

The Seeds - Future
Conheci o The Seeds na segunda vez que visitei o sebo Ventania, no centro de São Paulo. A primeira vez que estive por lá foi com o Dunga, um colega que trabalhava comigo no Diário e com quem eu sempre trocava impressões  a cerca das músicas tocadas pela 97 FM (que ouvíamos num radinho de pilha). O que ele não sabe, já que eu mesmo só fui dar conta disto a poucos anos atrás, é que aquela tarde na qual descobrimos os sebos do “Ventania” (que tinha este nome por causa de uma música do Geraldo Vandré) e do “Zé do Disco” (um outro sebo ao lado), acabou não apenas moldando toda minha juventude, mas descortinou um mundo novo que eu nem sonhara existir. Funcionando assim  como um elixir para aguentar as agruras da vida, família, pobreza e outras coisas, visitar o “Ventania” acabou se tornando um ritual obrigatório nas semanas de pagamento (hábito que eu continuei cultivando quando fui trabalhar perto do local).
Toda minha paixão (e não é pouca) por música se derivou de idas a sebos e lojas de discos da qual a mais memorável e importante se deu naquele dia.
Na ocasião comprei duas coletâneas dos Stones: o “Gimme Shelter” (argentino e riscado), o “Flowers” e o “Disraeli Gears” do Cream (que não estava a venda mas dei um jeito de encaixar na compra). Meu colega, se não me engano, pegou o “It’s Hard” do The Who e mais alguns outros que não me lembro.
Já conhecendo o caminho, na visita seguinte arrematei o “Future” do The Seeds”, lançado em 1968 e colocado na prateleira da “Jovem Guarda” (?).
Como na época eu estava em busca de novidades acabei simpatizando com a capa do vinil e, confesso, comprei o álbum sem saber o que era. Quando coloquei o bendito na vitrola CCE uma surpresa: Narração circense anunciava o disco como um espetáculo ao vivo e já na segunda faixa ouviamos apitos, flautas, e sonoridade garage band. O tempo cunhou para estes californianos o rótulo “proto-punk”. O líder da banda, Sky Saxon, era um doido varrido que recebia visitas de ETs e falava com os mortos. Os melhores momentos do LP são a sétima faixa “Now a Man” com vocal parodiando Mick Jagger e a longa, sufocante e sugestiva “Fallin”, que encerra o álbum.

Uma queda para mundos desconhecidos…

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