sexta-feira, 18 de abril de 2014

Le Notti Porno Nel Mondo a.k.a. Mondo Erotica
Itália (1977)
Direção: Bruno Mattei
Elenco: Laura Gemser
Shockumentário italiano, muito popular nos anos setenta, que tinha como objetivo chocar e causar escândalo. Uma espécie de National Geographic pornô que o tempo encarregou de transformar em comédia sexy. Dificilmente alguém vai se ofender com o erotismo softcore que pulula a todo momento. O subestimado Bruno Mattei já mostra a que veio ao escalar a beleza de ébano Laura Gemser (a mais bonita de todas as Emmanuelles) como apresentadora da trapaça.
A beleza negra surge e vai nos conquistando com todo aquele charme e começa, a cada bloco do documentário, tirando peças de roupa e fazendo com que o espectador nem dê muito atenção na história (?) apresentada. Surge as primeiras cenas de nudismo e nos primeiros minutos descobrimos a vigarice na coisa; agora o que todos esperam com ansiedade são os momentos “de interrupção” (que é quando a gostosa aparece).
Mas nem todo o carisma da Laura é suficiente para salvar o filme, absolutamente sem valor artístico,que não se preocupa com qualquer caráter didático (o que ao menos se espera de um “documentário”). Tudo vai servindo de pretexto para picaretagens que vão nos divertindo no lugar de qualquer excitação e assim temos: aborígenes transando com gorilas (um cara com roupa de macaco), virgens sangrando após rituais de sacrifício (os sacerdotes da tribo já usavam gilete e prestobarba hehehe...), strip-teases em inferninhos na Europa, prostitutas observadas em vitrines de Amsterdã e uma longa fila de cenas nada a ver que só valem por aspectos estéticos e curiosos como cenários, figurinos e outras coisas.
A armação vai correndo e a gente louco para que a Laura entre logo e interrompa a chatice. Ela finalmente aparece, mas deitada semi nua lendo a Paris Match. laura gemser

Voltando ao filme temos de novo cenas de boates, agora uma orgia pra lá de mal filmada tenta nos fazer crer que o que vemos é real, claro que não há close de nada o que vai reforçando a idéia de falsa reportagem. Aparece um cara de terno com uma loira a tiracolo; é um mágico que após embrulha-la com um paninho, faz desapareer a calcinha que ela vestia para depois surgi-la dentro de sua cartola. A loira era um travesti.
A coisa vai ficando tão ridícula que no fundo até que soa genial. Pausa. Mais um sorriso colgate da Laura e agora a “equipe de reportagem” (é mole ?) está no Rio de Janeiro para mostrar um ritual vudu (?). Nossa umbanda é confundida com a religião do Haiti e toda hora o locutor fala Salvador-Rio de Janeiro. Aparecem cenas de galinhas estranguladas e o povão bebendo sangue. Nesta altura eu já desisti do longa e tudo que eu quero é ver os peitinhos da anfitriã. Mas antes do fim ainda temos que agüentar um sexo tantrico de mentirinha e um balé de nudistas. A fita termina e a Laura para frustração de todo mundo não fica completamente nua em nenhum momento. Sobe os caracteres e avisto o nome Bruno Mattei , um rápido esforço de memória me avisa que é o mesmo sujeito por trás de filmes bacanas de WIP e canibais. Como é que um diretor tão cool me apresenta esta roubada ?
Ainda deu tempo de zapear e assistir uns senadores discutindo pra valer na TV Senado. Isso sim é que é de arrepiar os cabelos !!

**Regular

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