sexta-feira, 18 de abril de 2014

1977 - 23 Anos em 7 Segundos
Brasil (2009)
Direção: Di Moretti e Julio Xavier
Documentário para amantes do futebol, corintianos ou não, que remonta a história do jejum de 23 anos do time paulista. Com dezenas de depoimentos de corintianos ilustres (Hortência, Juca Kfouri, Marlene Matheus, Neto e outros. O filme vai naquela ladainha do como é bom ser corintiano, declaração de amor eterno ao time e filosofia de arquibancada.
Os relatos (exagerados) dos entrevistados contam histórias até que engraçadas, como a perda de um pé de sapato do Vicente Mateus que de tão nervoso não notou que chegou semi descalço no Pacaembu, o trabalho que o vidente Robério de Ogum fez para desenterrar um sapo que “amarrava” o coringão, o início da separação do Juca Kfouri de sua primeira esposa que fez piadinha em 74 quando o timão perdeu do Palmeiras por 1 a 0, etc.
Como trabalho jornalístico a edição é correta . Há um ótimo resgate de imagens do jogo,com os protagonistas (jogadores) que participaram da memorável partida esmiuçando tudo em detalhes microscópicos. O grande momento do longa é a reconstituição dos 7 segundos decorridos da falta cobrada pelo Zé Maria, o chute do Vaguinho no travessão, a cabeçada do Wladimir em cima do Polozzi e finalmente o chute redentor do Basílio para o fundo das redes. Com cada um destes atletas sentados lado a lado é possível transformar este curto lance em quase 10 minutos (a cena é então mostrada em câmera lenta com trilha sonora grandiloqüente).

Após a apresentação da conquista do IV Centenário de 1954, as derrotas para o Santos de Pelé , a derrota para o Palmeiras em 1974 e o tal jejum de mais de duas décadas sem títulos é legal ver as cenas de torcedores chorando e se descabelando a cada campeonato perdido.
Assim como dezenas de outros documentários o tema fica dando voltas e não sai muito daquilo. Sobram lendas e casos como o do atacante Vaguinho que chorou e ameaçou abandonar o clube por ter ficado na reserva, o espiritismo do treinador Osvaldo Brandão que “adivinhou” que o Basílio faria o gol e a adoração beirando a histeria coletiva quando o Basílio ( um jogador mediano que nunca jogou pela Seleção Brasileira), já aposentado, vai até o Pacaembu assistir um jogo do Corinthians. O cara provoca alvoroço entre torcedores, tem que dar um milhão de autógrafos, posar para centenas de fotos... Enfim, é tratado como Deus !
Nos forçadíssimos depoimentos deu para saber que o Juca Kfouri queria ser o Basílio, que a Sabrina Sato (?) é a musa da Fiel e que o Neto se acha o maior corintiano do clube, sempre naquela escola meio Datena tipo “eu sou melhor que todo mundo”.
Segue mais do mesmo com histórias da carochinha do Washington Olivetto, citações de gírias de periferia pelo Rappin Hood e choro copioso do Dudu, filho do Roberto Carlos, que naquele ano passava por uma gravíssima cirurgia nos olhos, etc.
A coisa chega num ponto que vai enchendo meio o saco porque sabemos que a Ponte Preta era muito mais time e que o Dulcídio operou legal o time de Campinas ao expulsar o Rui Rei nos primeiros minutos do primeiro tempo.
Para corintianos o filme deve ser uma espécie de Chivas Regall dos documentários. Acontece que eu sou são-paulino e não vejo nada demais em ganhar títulos porra !!!

***Bom

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