A culpa é do técnico !
Dia 5 de julho de 1982. Uma data difícil de esquecer. A
Seleção Brasileira voava baixo, favoritíssima à conquista da Copa do Mundo da
Espanha. O time jogava tão bonito que muitos juravam ser a melhor seleção de
todos os tempos, superior até ao Brasil de 1970 de Pelé, Jairzinho, Tostão e Rivelino.
A conquista do título já era favas contadas. Após sequência de vitórias em
duríssimos amistosos contra a Inglaterra (1 a 0), em Wembley, e Alemanha (1 a
0), no Maracanã, os canarinhos chegaram à Espanha como deuses do futebol. Logo
no início, contra a União Soviética, susto: o desligado Valdir Peres não
defendeu anêmico chutinho do russo colocando o Brasil em desvantagem e de certa
forma antecipando a falta de sorte daquele time. Mas tínhamos Zico, Sócrates e
Éder e viramos o jogo. A vitória embalou o time que partiu para uma sequência
implacável de vitórias contra a Escócia (4 a 1), Nova Zelândia (4 a 0) e
Argentina (3 a 1). Só restava a Itália, seleção que se classificou pelo saldo
de gols e que apresentava futebol burocrático. Como dizia Drummond "tinha
uma pedra no caminho" e esta pedra se chamava Paolo Rossi. Não é que o
carcamano fez três gols na nossa Seleção e despachou o maior time do mundo para
a casa mais cedo? Culpa do Telê que não armou o time direito e só jogava no
ataque... Quatro anos depois, novo voto de confiança e nova decepção. Telê
convocou quase a mesma Seleção, agora já envelhecida, que se arrastou pela
competição até o azar aparecer novamente na forma de um pênalti mal cobrado
pelo Zico. Vinte e oito anos depois o trauma já foi (?) superado com as
conquistas das Copas de 1994 e 2002. Hoje lembramos a frase do Parreira "O
gol é um detalhe" e nos convencemos que o importante "não é"
competir, mas vencer sempre. Agora, na África do Sul, estamos em plena era Dunga
e a grande estrela na Seleção é um goleiro o que já dá o tom da coisa toda.
Ficamos cincos jogos sem tomar gol e massacramos os fraquíssimos Zimbábue e
Tanzânia (nos amistosos pré-mundial) .
Contra a Holanda eu torci, vesti a camisa amarela e me
prepararei para gritar gol, claro que sem aquela inocência e euforia de 1982.
Os tempos são outros e a razão mostra que o pragmático Dunga teve seus motivos
para fazer o time jogar assim. O time estava nervoso, vaticinou o Galvão… Só
sei que independentemente dos detalhes,
a seleção não conseguiu o hexa e
sendo assim o veredito não pode ser outro: A culpa é do técnico.
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