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REVIEWS – CD 33
Amon Düül II – Yeti (1970)
“Yeti” é o segundo album, duplo, do Amon Düül 2 e sua
primeira obra-prima. Todos os amantes do gênero afirmam que este disco é um dos
pilares do que ficou conhecido como krautrock por trazer uma sequência de
faixas que vão de certa forma funcionando como um mapa de possibilidades
sonoras e experimentações dentro de um estúdio (uma das principais
características do rock germânico). O primeiro disco (ou os lados 1 e 2, traz
um trabalho eminentemente rock, com toques de King Crimson primeira fase, onde
o grande destaque são os doze minutos de “Soap Shop Rock”. O outro disco ( ou
os lados 3 e 4) são materializações de improvizações jazz-rock onde violões
folk encontram flautas e metais cortantes num som ao mesmo tempo lírico e
contemplativo. Destaque para a bateria de “Sandoz in The Rain” considerada por
muitos o nascimento do space-rock.
Black
Sabbath – War Pigs (1970)
Bootleg extraído do video The Black Sabbath Story Volume 1”,
“War Pigs” registra a apresentação dos rockeiros em Paris, no começo dos anos
1970, exercitando suas poucas e ótimas canções daquele início de carreira. São apenas 7 músicas: “Paranoid”,
“Hand of Doom”, “Iron Man”, “Black Sabbath”, “N.I.B.”, “Behind The Wall of
Sleep” e “War Pig”. Embora o audio esteja bom o mesmo não acontece com a
voz de Ozzy, com umas desafinadas monstruosas. Vale pela guitarra estilosa do
Tony Iommi...
Lydia é quase uma Diamanda Galas, com um pouco menos de
talento e excentricidade. De toda forma, esta poeta, performer e atriz fez
parte do movimento novaiorquino apelidado de “No Wave” o que lhe garantiu seus
15 minutos de fama. “Queen of Siam”, seu melhor álbum e sua estréia, traz
letras de confronto sexual, poesia escatológica e um niilismo juvenil que foi
desaparecendo de seus trabalhos posteriores. Indicado apenas para fãs
completistas da new-wave norte-americana.
Mad Caddies
– Just One More (2003)
A crítica gringa sempre foi muito camarada com o
softcore-ska pra lá de burocrático do combo de Santa Barbara. Os Mad Caddies
ficam naquela fronteira do Operation Ivy com o Bad Brains soando como os piores
momentos dos dois. O fato é que apuro instrumental do ska executado por eles
não se encaixa em nenhum momento com a pseudo-pauleira que tentam engatar
durante as canções causando no ouvinte uma estranheza desconfortável. Tem seus
fãs, mas a audição só comprova que trombone só fica bacana em discos de jazz.
Mick Jagger
& The Red Devils – The Famous Blues Sessions (1995)
Gravação pirata do stone brincando no estúdio e arriscando
solos de violão e gaita (instrumento que Jagger domina muito bem). Assim, “The
Famous...” traz covers de Elmore James, Muddy Waters, Little Walter, Sonny Boy
Williamson e outros bluesman que fizeram a educação musical e moldaram o estilo
do rolling stone. A gravação possui qualidade mediana mas o que vale aqui é a fera
solta no estúdio gravando feliz suas canções favoritas. Nomes (para mim
desconhecidos) como Dave Lee Bartel, Paul Size e Bill Bateman auxiliam Jagger
na empreitada.
Rolling
Stones - Brussels Affair (1973) / Jamming with Jeff Beck (1975-87)
Mais dois bootlegs, desta vez com os Stones voando baixo.
“Brussels Affair” (Mick Taylor na guitarra) é uma apresentação em Bruxelas com
o repertório de “Goat’s Head Soup” misturado com canções do “Sticky Fingers”.
Uma longa (12 minutos) “Midnight Rambler” prova porque Jagger era o tal...
“Jamming with Jeff Beck” de 1975, traz uma reunião de todos os momentos em que
o virtuose colaborou com os Stones. Canções de 1975, sobras do “Black and Blue”
como “Shame Shame Shame” e “Slave Jam”; um take de “Lucky in Love” faixa
diferente da gravada no disco solo “She’s The Boss” (1985) do Mick Jagger e
várias outras do esquecível “Primitive Cool”, de 1987, formam a colcha de
retalhos.
Festa Funk Só Putaria
(Proibidão)
30 faixas de pancadões pornográficos com um bando de gente
tosca assassinando a língua portuguesa numa demonstração gratuita de machismo e
homofobia. A coisa até resistiria a uma única e curiosa audição não fosse
algumas letras fazendo apologia ao Comando Vermelho. Aí o caldo entorna e o mau
gosto vira boletim de ocorrência.
The Cars –
Candy-O (1979)
O The Cars sempre foi uma banda com uma legião fiel de fãs e
confesso que sempre gostei deles até nos seus piores momentos. “Candy-O”, o
segundo disco, não é tão bom quanto a estréia, nem tão interessante quanto o
quarto trabalho “Shake Up” (uma jóia da new wave), mas possui guitarras ótimas
e composições certeiras de Ocasek. “Candy-O” deve ser visto como um ensaio para
o salto que dariam nos anos seguintes. Cinco anos depois eles gravariam a
balada “Drive” , talvez a melhor canção daquela década e um dos grandes
momentos da música pop.
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