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REVIEWS – CD 45
Miles Davis
– In Sao Paulo (1974)
Bootleg (de uma apresentação nunca lançada em nenhum
formato) In São Paulo registra a performance do gênio trumpetista no Festival
Internacional de Jazz na primeira apresentação de Miles em SP. São apenas 4
longas músicas: “Prelude”, “Ife”, “Turnaroundphrase” e “Tune in 5” (longas jams
com bateria e trumpete comandando a massa sonora). A banda era formada por Al
Foster (ds), Dominique Gaumont e Reggie Lucas (gui), Dave Liebman (flu),Pete
Cosey e Mtume (perc.). Para jazzófilos.
Mogwai –
Happy Songs For Happy People (2003)
A banda escocesa de post-rock Mogwai vem se destacando desde
1996 pela originalidade e criatividade de sua música. A banda, que gravou o
ótimo “Rock Action”, agora nos brinda com este “Happy Songs...” título que
desmente o conteúdo mas impressiona com suas justaposições de piano, guitarra,
percussão e fina distorção eletrônica. É uma peça de fina tapeçaria musical que
transforma um instrumental simples as vezes até banal em climáticas canções de
corte muito original. Destaque para a suavidade de “Kids Will Be Skeletons” a
melhor faixa.
Mystic Siva
– same (1971)
Lendária e perdida banda da psicodelia norte-americana,
Mystic Siva certamente destruiu muitas cabeças naquela década. O quarteto
formado em 1970 em Detroit criou no ano seguinte o mais procurado, disputado e
raro disco de rock sessentista que até hoje é disputado a tapa nos e-bays da
vida. Este álbum homônimo traz os rapazes, todos com 17 anos construindo um
rock a base de guitarra fuzzy, órgãos derrapantes, vocais com ecos e bateria
proto-punk . Enfim todos os tiques da psicodelia da época. Curiosidade: a
terceira faixa tem o singelo nome de “Olhos Viram Me”.
Pink Floyd
– Caught In The Crossfire (1977)
“Caught In The Crossfire” registra uma apresentação ao vivo
do Pink Floyd em 1977 no Madison Square Garden nos EUA. São 5 músicas tocadas
em 67 minutos onde os destaques são os 14 minutos de “Shine On You Crazy
Diamind” (o Gilmour arregaçando naqueles solos incríveis...) e “Wish You Were
Here” (Waters se derramando em lindos vocais...). Encerrando o bootleg uma
faixa de 1971 “Fat Old Sun” gravada nos estúdios da BBC londrina. É Pink Floyd.
E é ao vivo. Pra quê mais ?
Sarah Vaughan
– I Love Brazil (1981)
Na estréia da cantora pelo selo Pablo, Sarah grava esta
espécie de songbook do cancioneiro brasileiro acompanhada por um time de
estrelas que tinha Milton Nascimento,Dori Caymmi e outros. Em 1981, a voz dela
estava límpida e cristalina e suas performances eram lendárias. “I Love Brazil”
reúne canções de Tom Jobim, Deodato, Milton Nascimento e Marcos Valle cantadas
em inglês com arranjos de bossa-jazz. Lindo.
Satwa – same (1973)
Satwa é um projeto folk reunindo Lula Cortes e Lailson e que
durante muito tempo ficou inédito em CD. O folk psicodélico com nuances de
música nordestina instrumnetal resulta em algo absurdamente hipnotizante e pode
ser considerado uma espécie de irmão gêmeo do também lendário Paebiru (de Zé Ramalho
e Lula Cortes). Lailson extrai ouro numa cítara de 12 cordas e Robertinho do
Recife mostra seu lado Peter Frampton queimando tudo com a potência dos seus
solos. Músicas com os nomes de: “Blue do Cachorro Louco”, “Lia A Rainha da
Noite” e “Valsa dos Cogumelos” entregam o “estado de espírito” no qual o disco
foi gravado...
Señor Coconut – Fiesta Songs (2003)
Uwe Schmidt, continua a explorar a idéia que teve no
original “El Baile Alemán” onde transformava músicas eletrônicas do Kraftwerk
em salsa caribenha. Desta vez com “Fiesta Songs” a piada se repete mas não
provoca o riso do trabalho anterior. De toda forma as vítimas da vez são
Michael Jackson, Deep Purple, Doors e Jean Michel Jarre, que viram suas “Beat
It”, “Smoke on The Water”, “Riders on The Storm” e “Oxygene pt.2” se
transforamrem em zueira Latina com muita marimba, sanfona e cha-cha-cha... Algo
que poderia soar vulgar não fosse a produção luxuosa com algumas intervenções
eletrônicas nos momentos certos.
Tania Maria – Piquant (1980) / Taurus (1981) / Viva Brazil
(2000)
Espetacular pianista e vocalista de jazz brasileira, que me
foi apresentada pelo Rodrigo da Phono 70, Tania Maria elenca uma discografia
pra lá de respeitável onde não há momentos medianos ou fracos. Nesta trinca de
álbuns, destaque para o fabuloso “Taurus” onde “Imagine” e “Cry Me a River” são
viradas do avesso sem perder seu núcleo melódico.
“Piquant” do ano anterior traz um quinteto onde se destaca a
guitarra de Eddie Duran e composições de Tom Jobim e Ivan Lins dedilhados em
piano elétrico. Viva Brazil já flerta com funk, pop e rock and roll numa
combustão rítmica de muito swing e agitação. Básicos.
Stimilion – same
Punk rock menor e obscuro que eu não me recordo muito bem.
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