La Donna
Nel Mondo a.k.a. Women Of The World
Itália (1963)
Direção: Gualtiero Jacopeti , Paolo Cavara e Franco Prosperi
Mais um exploitation em forma de documentário. Desta vez com
os corretos Prosperi e Jacopeti. A dupla é responsável pelo mais famoso
shockumentário da história “Mondo Cane”, que freqüenta as listas de grandes
documentários há várias décadas.
Este “La Donna Nel Mondo” tem a mulher como tema central e
traz a idéia fixa de que países e
culturas mudam a forma de ser e agir do sexo frágil.
O filme, (montado como colagem de reportagens sérias –algo
meio BBC- , intercalado com zueiras e armações fakes), carrega a heróica e
quase impossível missão de nos apresentar o que o título promete. Quase nunca
acerta.
A videorreportagem começa com freiras desembarcando num
aeroporto lotado sendo meticulosamente observadas por soldados uniformizados.
Então pulamos para mamães gordas em Estocolmo e partos de bebês talidomidas.
Corta. Agora temos uma encenação guerreira de mulheres pré-históricas, rituais
de casamentos na Polinésia, zona do meretrício em Hamburgo, drag queens, e
outras bizarrices.
A câmera gira o globo atrás de mulheres do Ocidente,
Oriente, Escandinávia e África. Ao chegar no continente africano a narração
fica séria e dolorosa: temos o relato dos horrores da guerra civil argelina com
suas viúvas e crianças abandonadas.Neste momento, o tom , que era meio
voyeurístico, passa para o melodramático...
Aspectos subjetivos da fita vão ganhando nossa atenção
(chapéu de alguém, marca do tênis, automóvel estacionado) e as mulheres , que
era o tema da fita, vão se perdendo num caminho sem volta até que não as vemos
mais. O material publicitário que acompanhava o lançamento do documentário
vendia a idéia de que o filme desnudaria a mulher que habitava a mente do
espectador. Nada mais falso.
O tom oficialesco e maçante da narrativa vai nos vencendo e
dominando a ponto de só despertamos do cochilo no momento que um solo de
saxofone rasga o semi-silêncio da sala de projeção. É o aviso de que está na
hora de desistir do blábláblá e irmos para a cama.
Melhor que prozac !
**Regular
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