Baba Yaga
Itália-França (1973)
Direção: Corrado Farina
Elenco:
Carroll Baker, George Eastman, Isabelle De Funés (Valentina), Ely Galleani e
Daniela Balzaretti
Baseado nos quadrinhos de Guido Crepax (Valentina) o obscuro
e genial “Baba Yaga” retrata com fidelidade o clima onírico, erótico e
misterioso da fotógrafa de papel do mestre italiano das HQs.
Com uma breve e curtíssima carreira (apenas quatro filmes
entre 1971-1973) Corrado Farina foi construindo lentamente sua história até que
inexplicavelmente decidiu parar de filmar. “Baba Yaga”, seu canto de cisne,
envolve o espectador e revela aos poucos uma trama de possessão psíquica,
velhas bruxas, tortura psicológica e um farto jogo de sombras. Um filme
“escuro” à semelhança de “Shivers” do gênio canadense David Cronenberg.
Valentina está fotografando num estúdio até que surge uma
velha loira misteriosa que invade a sessão de fotos. Ela encara a deusa de
cabelinho chanel e pronuncia a palavra “Baba-Yaga”. Agora a Valentina é
perseguida por pesadelos e flashbacks (sonha que está com modelito de couro
preto e lidera tropas da SS nazista) sempre com alguém gritando a tal palavra
que ela não sabe o significado(*).
Decidida a deixar isso pra lá, ela tem o azar de cruzar com
a velha na saída de mais uma sessão de fotos e sem entender nada a idosa com
uma máquina fotográfica começa a disparar flashes em sua direção. Logo a
Valentina está com os nervos em frangalhos e pede ajuda ao amigo do estúdio.
Eles armam uma tocaia e descobrem o paradeiro da velha louca. A dupla invade o
casarão, onde mora a bruxa e alguns assassinatos começam a ocorrer por lá !
(*)Baba Yaga é uma figura do folclore do leste europeu
(mitologia eslava). É uma mulher velha e ossuda, que viaja pelos céus montada
em um tronco de árvore. Mora em uma casa móvel, com patas de galinha galinha,
cuja fechadura é uma boca cheia de dentes. Isaac Bashevis Singer descreveu Baba
Yaga com um nariz vermelho, olhos em chamas como carvão em brasa e meio careca.
A banda Emerson, Lake & Palmer faz menção a lenda de
Baba Yaga em algumas de suas músicas (“The Hut of Baba Yaga”). Mas o rock
progressivo dos ingleses não aparece na trilha deste filme, em seu lugar temos
Piero Umiliani, Armando Trovaioli e Piero Piccioni todos mandando brasa em
quebradeiras soul-funk-instrumental no estilo que imortalizou nosso querido
Erlon Chaves.
Um giallo bizarro !
***Bom
Nenhum comentário:
Postar um comentário