sexta-feira, 18 de abril de 2014

Baba Yaga
Itália-França (1973)
Direção: Corrado Farina
Elenco: Carroll Baker, George Eastman, Isabelle De Funés (Valentina), Ely Galleani e Daniela Balzaretti
Baseado nos quadrinhos de Guido Crepax (Valentina) o obscuro e genial “Baba Yaga” retrata com fidelidade o clima onírico, erótico e misterioso da fotógrafa de papel do mestre italiano das HQs.
Com uma breve e curtíssima carreira (apenas quatro filmes entre 1971-1973) Corrado Farina foi construindo lentamente sua história até que inexplicavelmente decidiu parar de filmar. “Baba Yaga”, seu canto de cisne, envolve o espectador e revela aos poucos uma trama de possessão psíquica, velhas bruxas, tortura psicológica e um farto jogo de sombras. Um filme “escuro” à semelhança de “Shivers” do gênio canadense David Cronenberg.
Valentina está fotografando num estúdio até que surge uma velha loira misteriosa que invade a sessão de fotos. Ela encara a deusa de cabelinho chanel e pronuncia a palavra “Baba-Yaga”. Agora a Valentina é perseguida por pesadelos e flashbacks (sonha que está com modelito de couro preto e lidera tropas da SS nazista) sempre com alguém gritando a tal palavra que ela não sabe o significado(*).
Decidida a deixar isso pra lá, ela tem o azar de cruzar com a velha na saída de mais uma sessão de fotos e sem entender nada a idosa com uma máquina fotográfica começa a disparar flashes em sua direção. Logo a Valentina está com os nervos em frangalhos e pede ajuda ao amigo do estúdio. Eles armam uma tocaia e descobrem o paradeiro da velha louca. A dupla invade o casarão, onde mora a bruxa e alguns assassinatos começam a ocorrer por lá !

(*)Baba Yaga é uma figura do folclore do leste europeu (mitologia eslava). É uma mulher velha e ossuda, que viaja pelos céus montada em um tronco de árvore. Mora em uma casa móvel, com patas de galinha galinha, cuja fechadura é uma boca cheia de dentes. Isaac Bashevis Singer descreveu Baba Yaga com um nariz vermelho, olhos em chamas como carvão em brasa e meio careca.
A banda Emerson, Lake & Palmer faz menção a lenda de Baba Yaga em algumas de suas músicas (“The Hut of Baba Yaga”). Mas o rock progressivo dos ingleses não aparece na trilha deste filme, em seu lugar temos Piero Umiliani, Armando Trovaioli e Piero Piccioni todos mandando brasa em quebradeiras soul-funk-instrumental no estilo que imortalizou nosso querido Erlon Chaves.
Um giallo bizarro !

***Bom

Nenhum comentário:

Postar um comentário