sexta-feira, 18 de abril de 2014

John Cage
Já foi dito que o compositor norte-americano John Cage elevou o barulho como forma de arte. Fez o mesmo com o silêncio. É um dos defensores da chamada música aleatória, onde um pequeno rascunho ou celula modal amarra improvisações musicais de toda ordem. Miles Davis, o famoso trumpetista de jazz não cansava de afirmar que o jazz-rock parido pós “Bitches Brew” tinha um pé na música de vanguarda. História saborosa a cerca de John Cage é a da instalação de microfones escondidos pelas poltronas e sala de um concerto. A conversa da platéia estava sendo gravada e após uma, proposital, enorme demora o músico já recebia as primeiras vaias. Não satisfeito, Cage encarou imóvel público e piano e não esboçou uma única reação. Quando o zumzumzum beirava o insuportável, o compositor pediu um minuto de silêncio e anunciou para todos os presentes a composição ali, naquele exato momento, de uma nova obra. Abriu-se então o som de todos os microfones e o “barulho” causado pela multidão foi servido à massa embasbacada como a nova música do compositor.

Conclusão: vaias, tosses, piadinhas, conversas em geral foram misturadas num massa sonora que ganhou status de “música”.

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