Hark Sei Nei – Medo Extremo
Direção:
Cub Chin
Elenco: Sam
Lee, Elanne Kwong, Tommy Yuen, Ho-Yin Wong e Kwok Cheung Tsang
“Medo Extremo” foi produzido por Danny Pang (metade dos Pang
Brothers que vem revolucionando o cinema asiático desde o início do século) só
isso já bastaria para estarmos diante de um filme realmente assustador coisa e
tal. Infelizmente não é assim.
Dividido em duas partes, o longa do estreante diretor Cub
Chin usa e abusa de tudo que está caracterizando o novo terror japonês: meninas
com olhos de mangás, cabeleiras, suicídios, celulares com mensagens do além e
trilha sonora errática intercalando gritaria com silêncio.
A primeira parte, a melhor, mostra o azarado Kan, jogador de
Mahjong (uma espécie de jogo de dominó), que vive perdendo e se endividando.
Como ele não paga (aquela clássica história do: agora eu ganho e me recupero) é
ameaçado de morte pelos credores. Promete mais uma vez e acaba furando com os
impacientes donos da dívida. Leva uma surra monumental.
Agora o Kan está todo estropiado no leito de um hospital e
começa a ouvir vozes. Avista um espírito atrás da cortina que acaba lhe
propondo um pacto faustiano. O desesperado convalescente acaba entrando na onda
da entidade e faz o demoníaco acordo. É avisado então que terá sorte grande por
13 dias consecutivos mas apenas uma vez em cada dia. Ganha uma fichinha
daquelas de cassino e tem sempre que coloca-la na boca quando estiver jogando.
A mandinga é um amuleto encantado que além de espantar o azar acaba
transformando seu portador num campeão das jogatinas.O Kan sempre ganharia com
a peça zero-zero do dominó.
O ex-azarado então coloca a fichinha na boca e já sente o
poder vital correndo nas veias. Se liberta das bandagens e sai em disparada até
sua casa. Lá encontra a irmã morta no centro de uma poça de sangue.
Mas ele nem tem tempo para chorar já que os credores
descobrem que ele saiu do hospital e querem o seu couro. Na fuga o Kan se
abriga numa espécie de bingo. Ganha de todos no dominó (sempre com a peça
zero-zero que o fantasma do hospital lhe disse) e enche os bolsos. Como efeito
cômico o diretor filma uns suicídios, mal coreografados, dos perdedores. Esta é
uma das maldições que o jogador tem que suportar: suas vitórias causam a morte
das pessoas que o cercam.
Bom, os 13 dias se passaram e o Kan paga o que deve para os
vilões. Após acertar o último yen eles (os credores) desaparecem como por
encanto; o que demonstra que todos eram demônios que já estavam em seu encalço.
Toca o celular do Kan e ele corre para o hospital já que seu filho está para
nascer. Lá, ele encontra nos corredores um monte de cirurgiões e enfermeiros
paralisados de medo e quando entra na sala de parto vê a esposa morta e o bebê
(morto) sem rosto. A criança nasceu com a cara lisa como a peça de domino
zero-zero. Fim da primeira parte.
Na segunda seqüência temos o preguiçoso Tommy, amigo de
dominó do Kan, se inscrevendo para um reality show mortal. Se conseguir passar
uma noite numa casa mal assombrada ele embolsa US$ 130 mil. Como é literalmente
durão (sem dinheiro) vai pro sacrifício e tem que enfrentar zumbis, dobermans
assassinos, fantasmas, bruxas e cobras. Quando o filme começava a fazer um
certo sentido aparece do nada uma terceira personagem . Agora vindo sabe se lá
de onde temos uma garota que começa a sofrer com elevadores do além. Cenas de
claustrofobia, tentativas de mutilações, corredores que dão para lugar nenhum e
escadas encantadas…
A salada indigesta termina com o Tommy morto (ajoelhado sem
vida no corredor da mansão). Aparece um guarda noturno e atesta: - “Morreu de
susto !” . Nós, a está altura também morremos:
- De sono!
Pequena derrapada dos grandes Pang Brothers !
**Regular
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