domingo, 13 de abril de 2014

Stoned
Inglaterra (2005)
Direção: Stephen Wolley
Elenco: Leo Gregory, Paddy Considine, David Morrissey, Ben Whishaw, Luke de Woolfson e Monet Mazur
 Filme sobre a vida de Brian Jones, o anjo loiro dos Rolling Stones, “Stoned” marca a estréia de Stephen Wolley na direção de filmes (antes havia trabalhado em diversos outros títulos, mas sempre como produtor-executivo).
Se alguém ainda não conhece a batidíssima história da morte por afogamento (ou seria assassinato ?) do guitarrista e fundador dos Rolling Stones eis uma chance de conhece-la. Pelo menos é mais uma versão do ocorrido.
Com produção mediana , a maior parte da trama se passa na mansão do Brian, o que temos desta vez é uma profusão de pessoas ingerindo drogas, mulheres nuas, intrigas , luta pelo poder e autodestruição a toque de caixa. Rock que é bom, muito pouco.

O diretor carrega no perfil psicológico do Brian e o retrata como um louco drogado e manipulador que sente prazer mórbido em maltratar pessoas.
O pedreiro Frank (Paddy Considine , que rouba o filme com atuação impecável) é o bobo da corte do falecido guitarrista que ainda tem uma doida Anita Pallenberg ( Monet Mazur muito linda) formando uma espécie de, nunca consumado, triângulo amoroso.
O Brian está drogado e não quer tocar, prefere ficar na cama com a Anita, e enfurece o empresário que está agendando uma turnê dos Stones para os EUA. Mick e Keith fazem uma parceria fora dos palcos e combinam que se o Brian não se livrar do processo por uso de drogas eles o chutarão para fora da banda.
O empresário adverte o drogado guitarrista sobre a possibilidade de não ser mais um stone e ele, em troca, decide cheirar umas carreiras de coca. Antes disso: Keith,Mick, Brian e Anita vão para Marrakesh. Lá, paraíso do haxixe, o Brian se sente na Disneylândia e não quer mais ir embora. Como a dupla Jagger e Richards é mais pragmática ($$$) decidem que é hora de dar um basta na loucura e se mandam de volta para Londres. O motivo alegado é uma surra que o Brian deu na Anita por ela não ter participado de uma suruba com garotas e rapazes marroquinos...
Brian recebe a notícia de que os amigos voltaram para casa, sem avisa-lo, e ainda deixaram a conta do hotel para ele pagar. Para o guitarrista tudo bem, ele acende um baseado monstro e vai tocar com músicos locais (origem do seu único álbum solo “Joujouka” , Crz$ 900,00 – novecentos cruzados novos no Sebo Erick Discos, em Pinheiros, na década de 80 e meu sonho de consumo na época).
Após mais batuque com os africanos , o protagonista volta para casa e começa uma sessão tortura para cima do pedreiro Frank , que além de uma baixa estima incrível ainda tinha prazer masoquista em ser humilhado pelo stone.
Mas o pior para o Brian viria com a visita do Mick e do Keith em sua casa. Nem um chá preparado para os amigos de banda evita o recado gélido do Mick Jagger anunciando a demissão do colega. O Keith ainda reforça: Você está fora cara ! Naquela altura, além de roubar a Anita do Brian (muy amigo), ele era agora o principal guitarrista da banda...

Arrasado, Jones resolve as coisas do seu jeito: anfetaminas, vinho e maconha... Vai ficando cada vez mais paranóico. Na sua trip ele embarca o pedreiro Frank (nesta altura um show a parte do filme) e força o trabalhador a se drogar com ele.
Uma Anita fria e sem remorso e o empresário ausente dão o tom de derrocada pessoal e artística do falecido guitarrista que agora tem seu dinheiro bloqueado pelo manager dos Rolling Stones. Com a falta do dinheiro o Brian decide despedir o pedreiro Frank e dar um basta na reforma de sua casa, que não acabava nunca. O Frank, claro, fica furioso pois já tava gostando daquela história de bebidas, drogas e garotas de graça e não que perder a moleza. Decide tirar satisfação com o Brian que estava nadando na piscina.
O empregado já chega enquadrando o stone e ameaça dar lhe uns murros, o Brian meio drogado, e não se dando conta do perigo, decide humilha-lo como fazia antes, com umas piadas bestas e se dá mal...
Como o guitarrista sempre dizia que usava drogas para viajar bonito, agora ele consegue seu objetivo: viaja deste mundo para a eternidade, já que o Frank está apertando seu pescoço e o afoga na piscina. Morre o homem fica a lenda. Time is on my side.

O filme finaliza com um rápido flash do povo chegando ao Hyde Park para um show póstumo dos Rolling Stones (em memória do finado Brian) e o comentário do pedreiro de que mesmo com o Mick Taylor a lenda stoniana duraria ainda décadas...
Bacana mas meio deslumbrado.
Detalhe estranho: em nenhum momento da trilha sonora ouvimos composições dos Stones, sempre as músicas explodem em versões executadas por outros artistas o que vai nos causando um incômodo e estranheza. Sabemos então que a banda não autorizou o uso das músicas no filme.
**Regular

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