Carreiras
Brasil (2005)
Direção: Domingos de Oliveira
Elenco: Priscilla Rozenbaum, Domingos de Oliveira, Paulo
Carvalho, Fábio Florentino e Jorge Jerônimo dos Santos
Não sei nem por onde começar. “Carreiras” é o filme do
badalado diretor Domingos de Oliveira que anda causando furor sempre que lança
algum filme (nos últimos anos foram muitos).
Vamos aos antecedentes e a folha corrida:
- O filme custou a bagatela de R$ 35 mil.
- A protagonista (Priscilla Rozenbaum ) é esposa do diretor.
- É o 11º trabalho do cineasta que no lançamento da fita
trabalhava em “Todo Mundo Tem Problemas (Sexuais)” com Pedro Cardoso.
- Baseado na peça teatral “Corpo a Corpo” do Vianinha.
- O diretor tem no currículo obras com os sugestivos títulos
“Amores”, “Separações” e “Feminices”.
- Ganhou nota máxima em resenhas do “Caderno 2” e
“Ilustrada”. O primeiro o comparou a Pasolini e o outro com Rossellini.
Agora os fatos:
- A ótima atriz (Priscilla Rozenbaum) dá um show de
interpretação, mas é antipática e o seu personagem não ajuda.
- O filme fala de cocaína e alpinismo profissional do
primeiro ao último minuto da trama.
- Verborrágico, o longa vira uma espécie de monólogo e em
alguns momentos parece que estamos assistindo um ensaio ou um documentário (e
dos chatos) qualquer.
- Foi idealizado através de esquema de cooperativa, um
negócio chamado Boaa (Baixo Orçamento e Alto-Astral) a idéia é treinar técnicos
e elenco para então filmar tudo rapidamente a fim de reduzir custos. Partindo
deste método o filme foi finalizado em nove dias.
A história:
Priscilla Rozenbaum interpreta Ana Laura; com mais de 40
anos ela vai ser demitida e perderá a vaga de âncora num jornal qualquer. Como
o passaralho é inevitável ela arma mil esquemas de difamação e puxadas de
tapete. Loucaça começa a cheirar mais que o Maradona e manipula todos ao seu
redor. Passa então a limpo: a vida, as amizades, a carreira e os projetos
pessoais. Demonstrando ser bem escrota, ela se dirige até o apartamento de um
amor do passado (o próprio diretor e marido que nutre por ela uma espécie de
amor platônico), e como não consegue ser feliz decide rebaixar o coitado (até
aí beleza. Uma espécie de sadismo e fetiche sexual do diretor transportado para
as telas).
A futura demitida vai até uma livraria, pentelha o vendedor,
faz escarcéu de madrugada pelas ruas semi-desertas e quase leva um tiro
(confesso que merecia). Cheira mais umas carreiras e vê sua vida
profissional desmoronar. Aí liga para a
mãe (o que ela não fazia a uma eternidade pois não tinha tempo) e descobre que
morreu um parente.
Culpada, diz que irá visitar a mãe e promete ser uma pessoa
melhor. Neste momento, quando estava virando a tal pessoa melhor, ela recebe um
surpreendente telefonema. Alguém a convida para ocupar um cargo de
correspondente internacional nos EUA.
Ela aceita na hora, manda tudo e todos à merda e volta a ser
a velha jornalista escrota de sempre.
Superestimar: Estimar muito. Dar apreço ou valor exagerado
a; ter em altíssima conta.
(Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, editora Nova
Fronteira, 1986)
*Ruim
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