To Russia with Elton John
Inglaterra (1979)
Direção: Ian La Frenais e Dick Clement
Em 1979, com 32 anos de idade já famoso e milionário, Elton
John ,que havia declarado que não tocaria mais ao vivo, percebe que não podia
ficar longe do palco e arquiteta uma volta triunfal.
Não contente em ver seu nome no topo de tudo quanto é parada
ou lista de mais vendidos (olha a seqüência: “Goodbye Yellow Brick Road”,
“Caribou” , “Captain Fantastic” e um “Greatest Hits” que vendeu os tubos), ele
decide tocar numa fechadíssima União Soviética.
O fato por si já era meio impossível, a Guerra Fria ainda
deixava o mundo meio apreensivo, o Iraque ganhava uns mísseis russos e
desequilibrava o jogo de poder no Oriente Médio e o Jimmy Carter estava mais
preocupado em ganhar um Nobel da Paz do que defender o mundo da ameaça
vermelha. Para o Elton, nada disso importava
ele só queria levar sua mensagem e seu show para um público novo e que
ele sabia, pelos relatórios da gravadora, fiel.
“To Rússia With Elton John” é exatamente o que o título
sugere; é uma carta de intenções do cantor e pianista inglês e uma forma
(indireta) de propaganda capitalista.
Rodado na forma de documentário, o filme tem cenas saborosas
como a fila de russos com LPs do músico aguardando pacientemente por um
autógrafo. Bacana também é a cena onde alguém da equipe inventa que tem
ingressos para o show e sugere uma troca: ingresso x discos de vinil. O russo
faz cara de bravo e recusa a heresia.
A apresentação ocorre em São Petesburgo e o Elton e o
percussionista Ray Cooper ficam sabendo que o Partido Comunista proibiu a venda
e preferiu “doar” os ingressos para as pessoas de sua preferência. A manobra
foi perfeita; na platéia não há jovens e nas primeiras filas o que vemos são
senhoras gordas e cinquentonas compondo um público certamente mais acostumado
com música erudita ou aquelas danças pentelhas regidas por balalaikas.
O Elton acerta com o Ray que vai botar pra quebrar. Minutos
antes do show chega um papelzinho com as músicas que o Partidão sugeria que ele
tocasse (quase só baladas). Aí a prima donna fica puta ! O Elton já começa as
primeiras músicas com “Your Song” e “Daniel”a mudar o andamento das canções que
, embora baladas, ganham uma aceleração anormal e lá pela quinta música faz uma
dobradinha com “Bennie and The Jets” e “Part Time Lover” com combustão digna de
Jerry Lee Lewis. O Ray Cooper enquanto isso meio que distrai a galera com umas
intervenções teatrais e uns truques de mágica.
Segue as pedradas. Para dar uma quebrada no tom eufórico do
começo, entra a super pianística “Candle Wind The Wind”(anos antes desta balada
ficar associada à morte da princesa Diana), para depois voltar ao ritmo
contagiante de “Saturday Night Alright”. Nesta altura os amigos do Boris
Yeltsin, reprimidos por décadas, já estão em pé e por pouco não derrubam o
Teatro. Os guardas antevendo serviço extra, fingem que não está acontecendo
nada.
Quando pinta o bis com “Pinball Wizard”, a melhor música do
obrigatório “Tommy”, a fatura já estava encerrada. O Elton ganhou de goleada.
Mas o documentário também tem outras cenas preciosas. Após o eufórico show, o
Elton e o Ray vão dar um rolê pela
cidade Moscou. Museu daqui, igreja dali e eis que chegam num restaurante para
tomar uns gorós. São surpreendidos por uma espécie de festa de aniversário.
Logo ele é reconhecido no meio da multidão e tem que atender a turma que pedia
a famosa“palhinha”.
E o que o velho Reginald escolhe para tocar no piano
chinfrim do lugar ?
“I Heard It
Throught The Grapevine” do Marvin Gaye ! Depois disso meu amigo, a
missão passou a ser outra: achar no meio de toda a confusão do meu quarto o
destino daqueles CDs que devem estar em
algum lugar mas não sei exatamente onde.
“Saturday Night Alright for Fighting”
Está ficando tarde
Você viu meus colegas?
Mãe, me avisa quando os caras chegarem
São sete horas
E eu quero agitar
Quero ficar com a barriga cheia de cerveja
Meu velho está mais bêbado
Que um barril cheio de macacos
E a minha velha não dá a mínima
E minha irmã está uma graça
Com bastante brilhantina no cabelo
Então não nos venha com seu agravo
Já tivemos o suficiente de sua disciplina
A noite de sábado é boa para lutar
Tenha um pouco de ação
Fique oleoso com um trem à diesel
Vou ficar nessa dança a noite toda
Porque a noite de sábado é a noite que eu gosto
A noite de sábado é boa, boa
Bem, elas estão com roupas bem apertadinhas
Aqui esta noite procuro uma boneca
Que vai me achar legal
Posso usar um pouco de músculos
Pra conseguir o que eu quero
Posso entornar uma bebida e gritar "ela está
comigo"
Os poucos sons que eu realmente gosto
São os sons de uma navalha de molas
E de uma motocicleta
Sou um produto juvenil da classe trabalhadora
Cujo melhor amigo flutua no fundo de um copo.
*****Ótimo
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