O Gato de Botas Extraterrestre
Brasil (1990)
Direção: Wilson Rodrigues
Elenco: Tonia Carrero, Heitor Gaiotti, Mauricio Mattar, Tony
Tornado, Zé do Caixão, Zezé Motta, Joffre Soares e Flavia Monteiro
Estranho e emblemático filme nacional que subverte o conto
de Charles Perrault dando origem
alienígina ao Gato de Botas.
Indiscutivelmente presença obrigatória entre as produções
mais esdrúxulas já filmadas, “O Gato de Botas Extraterrestre” é um daqueles
casos em que fica difícil descrever com palavras. Só mesmo vendo parar crer até
que ponto chega a imaginação humana.
Tônia Carrero é uma vovó contando história de ninar para a
netinha. O livro escolhido é o “Gato de Botas”. Corta. Aparece o interior de
uma choupana, móveis de madeira e ambiente de muita pobreza. Um emissário do
rei lê uma carta testamento e então compreendemos que a tristeza era pela morte
de um ancião. Este, deixava seus únicos pertences: um burro e um gato para os
seus dois filhos (Joffre Soares e Mauricio Mattar). Como o primeiro era o mais
velho tem por direito escolher e fica com o eqüino. Sobra o gato para um
Maurício Mattar meio maltrapilho e com um chapeuzinho ridículo.
Mas o gato não era um bichano qualquer, além de se apoiar
nas patas traseiras ficando ereto, ter mais ou menos 1,60 de altura, e usar um
jaleco igual ao dos jacobinos ele ainda falava e de maneira bem articulada (O
Gato era alguém com máscara de gato e corpo de gente).
O Maurício Mattar chateadão começa a conversar com o gato.
Este diz para seu novo dono não se preocupar e pede emprestado as botas e três
cenouras. Com o consentimento o felino parte em viagem e anuncia para o global
aguarda-lo.
Com as cenouras, o Gato de Botas monta uma arapuca, prende
um coelho e dá de presente ao rei. O soberano aceita o presente e pergunta o
motivo da gentileza. Aí então o Gato de Botas conta a primeira mentira dizendo
que seu amo, um tal de “Marquês de Carabás” de um reino distante está lhe
oferecendo o suculento coelhinho. O rei aceita e o Gato vai embora.
Volta correndo para a floresta e prende outro coelho.
Detalhe: toda vez que o Gato está correndo toca uma música do Jean Michel
Jarre. Retorna ao castelo e mais um presente para o monarca.
A rainha e a princesa, curiosas, simpatizam com o Gato. O
rei também começa a acha-lo boa praça e apenas o guarda real, Tony Tornado,
fica desconfiadão.
Logo o Gato tem uma idéia: chega na choupana e ordena ao
Maurício Mattar que tome
um banho no lago. Esperto, ele prepara sua segunda mentira
ao parar a carruagem da rainha e inventar a história de que tentaram afogar o
Marques de Carabás (Maurício Mattar) e rouparam toda a sua roupa. A rainha com
dó ordena que os cavalariços recolham o “nobre” e lhe emprestem trajes finos.
Nesta parte o Mattar já tava curtinho as cascatas do Gato e
pagava para ver onde ia dar isso tudo. Na carruagem, vê pela primeira vez a
princesa (Flávia Monteiro, novinha e gatinha) e já fica apaixonado. Ela também
simpatiza com ator da Globo dando aqueles risinhos que as mulheres sempre usam
para chamar atenção. Rola um clima, mas os dois se contém pois estavam na
presença da rainha.
O mentiroso do Gato bola então a terceira lorota e pede para
a carruagem mudar o curso e ir para um outro caminho. Ele que havia encontrado
numa rocha o Zé do Caixão (????), acabou fazendo um pacto com o Mojica e
decidiu ajuda-lo numa quebra de feitiço ou algo assim. O Zé se comunica com o
Gato de forma telepática. O felino vai então até o castelo do Mago Mau ,que
havia aprisionado a alma, mas não os poderes do Zé do Caixão. O castelo , feito
de lego, veio voando do céu enquanto tocava a 9ª Sinfonia do Bethoveen.
Começa um bizarro diálogo entre Gato e Mago Mau e este, para
provar seus poderes,começa a se transformar em bicho. O Mago ameaça se
transformar em elefante, se transforma em cachorro e assusta o visitante. O
Gato, que devia ter uns 234 anos de idade tamanha malandragem, desafia o Mago a
se transformar em rato. Claro que o Mago babaca faz isso para virar então presa
natural do Gato que acaba lhe varrendo da história.
Segue então correria pela estrada e o amigo do Mattar
encontra a carruagem da rainha . Convinda todos a conhecerem o “castelo do
Marquês”. Para o palácio não ficar desabitado, o Zé do Caixão,em retribuição ao
sumiço do Mago Mau, providencia uma corte de serviçais. O Zé era uma espécie de
mago Merlin...
A rainha e a princesa ficam embasbacadas com tamanho luxo e
alegria , o Mattar leva a Flavia Monteiro para o jardim e lhe aplica uma
beijoca. Ficam noivos. Corta.
Agora a cena é o interior do castelo do rei e o baile de
casamento. O espertalhão do Gato tramou tudo desde o início. O pobrezinho e
desanimado Mattar ficaria satisfeito com a princesa (a Flávia Monteiro) e ainda
herdaria um castelo supimpa.
Com a missão encerrada, o Gato sai em disparada com seu
cavalo (nesta altura o Gato já aprendeu a cavalgar) e temos mais Jean Michel
Jarre na nossa orelha. Surge,vindo do nada,um cara todo de preto vestido de
Darth Vader que se aproxima do Gato de Botas que estava imóvel sem se mexer. O
galático dá um tapinha nas costas do bicho, abre uma caixinha e troca duas
pilhas Rayovac (as amarelinhas). O Gato meus amigos: era um robô !!!
Aparece um disco voador, resgata o gato e some pelo espaço
sideral.
A fita,que traz embutida o elogio da mentira, termina com a
Tônia Carrero fechando o livro e a netinha já nos braços de Morfeu. A menina
com certeza preferiu dormir a agüentar tanta babaquice.
Um filme obrigatório antes da internação no sanatório !
(rimou)
*Ruim
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