Darna Ang Pagbabalik
Filipinas (1994)
Direção: Peque Gallaga
Elenco: Anjanette Abayari (Darna), Edu Manzano, Cherie Gil,
Pilita Corrales e Rustom Padilla
O cinema na Filipinas emprega 260 mil pessoas e movimenta
milhões de dólares. Amado pela população, os títulos atraem atenção quase
religiosa e toda a fita produzida por lá acaba arrastando multidões aos cinemas
locais. Se não chega a ser um fenômeno, como a Bollywood indiana, consegue a
custa de muita imitação e a manipulação dos mitos locais e internacionais
engendrar coisas como impensáveis como “Darna ang Pagbabalik”.
Darna é a “criação” filipina baseada na HQ Varna que por sua
vez é uma espécie de imitação da Mulher Maravilha. Darna , diferente de Diana
que era filha de deusa grega, é uma mocinha pobre que recebe poderes mágicos
num estilo semelhante ao do Capitão Marvel.
A história do personagem remonta a revista “Darna” (que
circulou no arquipélago como um gibi) que mostrava uma heroína sensual
obediente a Vênus, indestrutível como Apolo e com força de Sansão. Seus
superpoderes eram a capacidade de voar, a velocidade e a invulnerabilidade.
Possuía também um medalhão e sua tiara emitia raios. Já o cinto era repleto de
estrelas ninjas (shurikens).
O filme começa com cenas de um documentário qualquer
mostrando inundações na Filipinas. Segue um dramalhão com moradores carregando
o pouco que conseguiram salvar e tome crianças e idosos chorando. Um menino de
uns cinco anos grita pela irmã, a jovem humilde Narda (Darna ao contrario) e
logo surge uma oriental magrinha e meio desleixada para ajuda-lo a carregar
alguma coisa.
Do nada ela agora aparece dentro de uma cabana e fica
encantada com uma cobra (o réptil) e não percebe um vilão se aproximando e
acertando uma paulada em sua cabeça. A cena é digna de comédia pastelão. Uma
vez estatelada no chão tem roubada sua correntinha mágica (que é a fonte do seu
superpoder).
Bom, lá está a Narda desmaiada e a enchente tomando todo o
barraco, quando parecia que morreria afogada, o irmão menorzinho aparece e
grita pedindo socorro.
Ela já salva, recupera os sentidos mas não a memória. Como
num gibi do Superpateta a marretada na cabeça fez ela entrar em amnésia
profunda. Agora a Narda é uma fútil e brincalhona filipina que vive se metendo
em encrenca para sufoco do seu irmão mais velho (um fracote de uns 18 anos) que
tenta sempre ajuda-la nas confusões.
A Narda vira uma espécie de mendiga ( já que seu
esquecimento começa a afasta-la dos amigos), perambula pelas ruas e é atropelada por um Mercedes-Benz prateado.
Do interior do veículo sai uma mulher toda cheia de pompa e vestida com um
turbante amarelo. Tudo caminharia bem se o irmãozinho da Narda não avistasse a
jóia de sua irmã no pescoço da madame. A criança avisa a irmã e o irmão fracote
(que deve ter assistido muito filme do Bruce Lee) vai lutar com os capangas da
grã-fina. Leva um tiro. Ao ver o sangue a Narda recupera a memória, grita uma
palavra qualquer mas não se transforma na Darna. Segue umas cenas de
perseguição, lutas mal coreografadas e o colar retorna para nossa heroína.
Agora a Narda se transforma para valer na Darna (modelito de
Mulher-Maravilha mais uma tiara dourada na cabeça) , dá porradas nos bandidos,
voa, rechaça os tiros disparados pelos paus-mandados com aqueles braceletes
metálicos e põe toda a corja para correr.
- Em 1951 foram feitos dois filmes da “Darna” com a estrela
local Rosa Del Rosário. Nos anos 1960 apareceu outro com Eva Montes encarnando
o clone da Mulher-Maravilha e finalmente em 1969 ela apareceu na pele de Gina
Pareno. Assim “Darna ang Pagbabalik” é a quinta versão do badalado gibi
filipino.
- A Narda é magrinha e feinha mas ao se transformar em Darna
ela surge com peitão (provavelmente sutiã 50) e cabelo OK (permanente com
certeza).
Só para fãs de trash em estado terminal !
**Regular
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